domingo, 19 de junho de 2011

Sequência Didática

GÊNERO: Histórias Populares
PROPRIEDADES DO GÊNERO:. Oral: a partir de histórias contadas; Escrita: versões escritas das histórias e da produção das mesmas, as quais os alunos trarão.
PROPRIEDADE DO SISTEMA ORAL E ESCRITO: Autores; relação com a realidade; classe de palavras, personagens, vocabulário.
JUSTIFICATIVA: Este gênero tem o intuito de sonar a curiosidade dos alunos referente as histórias populares de âmbito regional, explorando, de variadas formas, o gênero de texto a ser trabalhado.
OBJETIVOS: * Desenvolver o gosto pela leitura e escrita;
* Estabelecer relações entre as informações contidas em um texto e os conhecimentos prévios existentes sobre o mesmo;
* Identificar o conflito gerador de enredo e os elementos que constroem a narrativa (narrador, tempo, espaço, personagens).
* Produção de textos orais e escritos.

DESENVOLVIMENTO
1. Inicialmente, questionaremos, os alunos, sobre os conhecimentos, que estes carregam, sobre as histórias populares (o que são, de onde vem, como surgem). Apresentaremos a temática a partir das respostas obtidas com os alunos, traremos uma das histórias populares para apresentar e ser discutida em sala de aula. Explicaremos que este tipo de gênero é apresentado de forma oral, recebe várias versões ao longo do tempo e algumas até são editadas de forma escrita.

2. Trabalharemos com a história A Maldição do Monge:




A MALDIÇÃO DO MONGE

Passo Fundo tem uma lenda, pouco divulgada, envolvendo uma ou mais figuras a merecer ou merecem investigações aprofundadas de nossos historiadores regionais: o monge João Maria ou São João Maria .
Esse monge percorria as regiões de nosso estado. Plantando cruzes em frente as casas designando árvores, levando uma vela que acendem ali.
Conta que o eremita era ainda jovem e muito simpático aos revolucionários da Revolução Federalista, que encontrava. O monge prestava culto a Santo Antão.
A poucos quilômetros de Passo Fundo, as margens da velha estrada que levava ao Botucaraí, existe a localidade de Santo Antão, é uma igreja a ele consagrada. É perto dali que o monge teria lançado uma maldição contra Passo Fundo.           
Contam os mais velhos que São João Maria caminhava sempre se apoiando num cajado rústico de madeira, levando um cordeirinho branco sob o braço. Numa de suas andanças pela região pediu pousada em fazenda próxima ao Bom Recreio. Foi muito bem tratado. Os filhos do fazendeiro resolveram fazer uma maldade com o Santo. À noite roubaram e degolaram o carneirinho. O peregrino levantou cedo e saiu tranqüilo. Os malandros ficaram observando, quando viram, ressuscitado, o animal correndo atrás do dono. Este, voltando-se, teria dito que pagariam muito caro pelo seu ato e que nada de bom prosperaria em Passo Fundo.
Os maldosos e seus descendentes perderam a vida faltosa e foram mourejar de sol a sol. Os capitais gerados no município pela exploração da madeira, do trigo, da soja e de outras atividades tem migrado para enriquecer outras regiões. Prédios que antes abrigavam indústrias servem como pontos de promiscuidade e consumo de drogas.
Parece que ainda esta por aparecer boca mais poderosa que a do São João Maria, capaz de quebrar a lendária maldição.
                                                    (Recontada por Adriane Rodrigues)

3. Traremos para reflexão os elementos que compõem a narrativa, as relações causa/ efeito e conseqüências. Através de exercícios de interpretação e reflexão de texto. Enfatizando os conhecimentos gramaticais referentes à adj. Adverbiais ( tempo e espaço).

ATIVIDADES PARA REFLEXÃO E COMPREENSÃO DO CONTO:
1.   Quais os acontecimentos que levaram o monge a tomar uma atitude tão drástica?
2.      O que você acha da atitude dos meninos?
3.      Concorda com o conto que nada prosperou em Passo Fundo?
4.      Lembrando como surgem os contos populares, quem você acha que contou este?
5.      A história aconteceu nos tempos atuais? Quando e onde?
6.      Quais são as personagens do conto, e as características de cada um?

ATIVIDADES GRAMATICAIS:
1.      Sublinhe elementos que indiquem o tempo dos acontecimentos da história e os lugares onde a mesma ocorrera.
2.      Selecione 5 desses adjuntos adverbiais que você encontrou e forme frases com estes.
4.      Vamos encontrar juntos palavras desconhecidas e buscar o seu significado no dicionário.

ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES:
1. Faremos uma comparação dos mapas de Passo Fundo na época do acontecimento do conto e de hoje, se estas localidades ainda existem e onde se situam atualmente.
2. Pesquisaremos o que foi a Revolução Federalista, quando, onde, porque e entre quem foi.
3. Buscaremos a história de Santo Antão, quem foi e porque tornou-se santo homenageado desta comunidade.

4. Solicitaremos que façam uma pesquisa com os familiares sobre a temática, trazendo o conhecimento que tem de uma das mais conhecidas histórias da região: A história da Menina Elizabeth:




A LENDA DA MENINA ELIZABETH
                    
Também conhecida “a Santinha de Passo Fundo”. Essa lenda tem origem na cidade de Passo Fundo/RS, mas é muito conhecida em nossa região, nas cidades gaúcha e até mesmo em outros estados e países.
Maria Elizabeth de Oliveira, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1951, foi uma criança muito gentil, meiga, e adorada por todos. Quando adolescente foi muito católica e participante da Paróquia de Santa Terezinha, da cidade de Passo Fundo. Dedicada aos enfermos, costumava visitar as pessoas e ajudá-las com suas dificuldades.
Adorava rosas vermelhas e sua música preferida “Rosas para uma Dama Triste” do cantor Kleber. Cantarolava a música e saia nas ruas, quando encontrava uma rosa, mesmo que fosse de alguma casa, pegava a rosa e oferecia aos donos da casa, como forma de carinho, amor e respeito.
Costumava freqüentar um lar de meninas carentes da cidade, ajudava a cuidar dos bebês, brincar com as  crianças e ministrava oficinas.
Certo dia, sua mãe deu-lhe um tão sonhado vestido azul da cor do céu. Maria Elizabeth, pedira muito esse vestido, mas ao ganhar não o usou, pois, por mais de um ano ficou em seu guarda-roupa. Dizia que usaria o vestido na hora certa, pois, seria uma rainha e todos a observariam e iriam lhe achar linda.
Quando tinha 14 nos, poucos dias antes de vir a falecer, Maria Elizabeth, ao sair uma amiga, passara por uma casa funerária, onde viu um caixão dourado, “Bete”, como era chamada, dissera a amiga Isaura que aquele seria o seu caixão e que a amiga teria que avisar o seu pai dessa escolha. A amiga na hora não deu  muita importância a Bete, e disse que iria falar sim com o seu pai, porém, achando que a amiga estava brincando.
Poucos dias antes de sua morte, Maria Elizabeth começou a anunciar que iria falecer num belo domingo de sol. Passou a visitar seus amigos, parentes e pessoas que costumava ajudar, dizendo que estava de despedida, pois iria falecer.
Os familiares da menina começaram a ficar preocupados, pois ela não estava mais cumprindo com sua tarefas escolares  e deixando de lado muitas  atividades importantes para sua vida. E ao conversarem com ela questionando sobre tal mudança de comportamento, dissera que  para onde ela iria  não ia precisar nem de estudos nem de nada que não fosse a bondade e amor a Deus.
Seus avós, pais e amigos preparavam ansiosos uma grande e luxuosa festa para comemorar os 15 anos da menina, ela entretanto era muito simples e humilde, não gostava de usar roupas caras.
No dia 28 de novembro de 1965, um domingo de sol, Maria Elizabeth foi até a esquina de sua residência, próximo a Rua Padre Valentim, conversar com suas amigas. Com ar de despedida, conversava com todos, sempre muito alegre e gentil, tinha muita facilidade de fazer amigos. Mal sabiam todos que o anunciado de “Bete” iria se concretizar dentro de poucos minutos. Eram 4 meninas que falavam de sonhos e planos, “Bete”dizia as amigas que iria ganhar uma grande viagem, todos achavam que seria a viagem que iria ganhar de seu pai pelo seu aniversario de 15 anos.
Às 15 horas e 15 minutos, Dona Dosalina, avó de Maria Elizabeth vai até a sacada de casa, procura pela menina para chamá-la para um lanche, mas não a vê.
Uma combe , dirigida, por Gentil Lima, altamente alcoolizado, fazia um trajeto diferente do que era para fazer naquele dia. Maria Elizabeth e outra amiga estão de costas para a avenida. De repente Jandira Zanoto vê que surge a combe, em alta velocidade, não tem tempo de abrir a boca e dar um grito de alarme, o veículo desgovernado, invade a calçada e “pega” em cheio o grupo de amigos arremessando Maria Elizabeth longe e de encontro a um poste.
Maria Elizabeth de Oliveira falecera no hospital São Vicente de Paulo, os pais e pessoas que presenciaram e acompanharam o caso, relataram que ela estava morta, mas com semblante de viva. Estava linda, parecia uma rainha.
A notícia se espalhou rapidamente e o velório de Maria Elizabeth foi o maior que se ouve registro em Passo Fundo. Com o passar do tempo muitas pessoas iam até a casa da família, queriam conhecer o quarto de “Bete”. Passaram a lhe oferecer rosas vermelhas em seu túmulo, passou-se então a ter relatos de graças alcançadas.
Um dos “milagres”, atribuídos a Maria Elizabeth teria acontecido em agosto de 1969, quando Leonilda Jacob, da cidade de Barracão-RS, encontrava-se no hospital de Lagoa Vermelha, desenganada e inconsciente, com rins paralisados. Foi então que Fidélis Dalcin Barbosa, que sempre acreditou muito na menina “Bete”, até que escreveu um livro contando sobre a vida da menina, resolveu colocar sobre o travesseiro de Dona Leonilda a gravatinha de colegial de “Bete”, que recebera tempos antes de seus pais Alcides e Ieda. Inexplicavelmente Leonilda  recuperou a saúde os médicos, doutor Silveira Neto e Agostinho Neto Rey, declararam tratar-se de um verdadeiro milagre.
É impressionante a proteção de Maria Elizabeth em favor de mulheres grávidas e crianças. Inúmeros são os relatos de graças e milagres, até mesmo comprovados pela medicina.
Santa ou não com certeza Maria Elizabeth de Oliveira é uma intercessora de Deus, sempre buscando o bem de todos. O povo passofundense acredita que até hoje o corpo da menina esteja inteiro, como se ela estivesse viva apenas dormindo.
                                                (Recontado por Adriane Rodrigues)

5.      A fim de explorar as diversas versões da mesma história.Os alunos trarão a história solicitada, e alguns farão a leitura da versão trazida de casa após, conversaremos sobre as versões, suas diferenças e semelhanças, quem as contou, qual a idade da pessoa que contou a história, se acredita ou não na história? Oportunizando que demais alunos opinem sobre a mesmo. Em seguida construiremos: uma história coletiva sobre a temática discutida.

6.      Trabalharemos a questão da causa da morte da menina: se casos como este se repetem, nos dias atuais, como podemos evitá-los e se os alunos conhecem pessoas que sofreram acidentes parecidos.

7.      Colocaremos em questão a possibilidade de fazer uma visita ao túmulo da menina Elizabeth, se possível o faremos.

8.      Solicitaremos novamente que os alunos pesquisem com seus familiares e diversas outras fontes, se existem autores conhecidos ou não, trazendo novas histórias populares, escritas por eles em conjunto com quem relatou, se for o caso. Alguns contarão a sua história na sala e faremos a correção coletivamente. Após, levaremos os alunos, até o laboratório de informática para que redijam seus contos.

9.       Discutiremos sobre a possibilidade da construção de um livro sobre “Histórias Populares”, se for do interesse da turma montaremos o livro.

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